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O que são arritmias cardíacas?
Arritmias cardíacas são alterações que ocorrem na geração ou na condução do estímulo elétrico e provocam modificações do ritmo cardíaco. A frequência e o ritmo do coração variam ao longo de um dia conforme a necessidade de oxigênio do organismo, já que a função desse órgão é bombear o sangue oxigenado pelos pulmões para todas as células do corpo.
As arritmias cardíacas apresentam-se de diversas formas: taquicardia, quando o coração bate rápido demais; bradicardia, quando as batidas são muito lentas e em descompasso, com pulsação irregular, sendo sua pior consequência a morte súbita cardíaca (MSC).
Qual a gravidade?
Quando não diagnosticada e tratada corretamente, a arritmia cardíaca pode provocar parada cardíaca, doenças no coração e a morte súbita.
O que é morte súbita?
A morte súbita é a morte instantânea, inesperada, repentina e não acidental, na maioria das vezes de origem cardíaca.
Quais são os sintomas?
Os sintomas mais comuns são: palpitações ou “batedeiras”, desmaios, tonteiras, confusão mental, fraqueza, pressão baixa, dor no peito.
Algumas arritmias cardíacas são assintomáticas, ou seja, não provocam nenhum dos sintomas descritos acima. Nesses casos, podem desencadear uma parada cardíaca e levar à morte súbita – instantânea, inesperada, repentina e não acidental.
Quem está sujeito às arritmias cardíacas e à morte súbita?
De modo geral, qualquer pessoa está sujeita às arritmias cardíacas, independentemente da faixa etária, do sexo ou da condição social e econômica. As arritmias cardíacas podem acometer inclusive recém-nascidos e atletas. As vítimas de morte súbita se encontram em sua idade mais produtiva. A maior porcentagem de ocorrência está no grupo de pessoas que possuem doenças cardíacas ou entre os que já sofreram parada cardíaca, bem como naqueles que têm histórico familiar (pais, avós, tios, irmãos, etc.).
A morte súbita pode ser evitada?
A morte súbita não é inevitável, sendo reversível em muitas vítimas, se tratada rapidamente com um choque elétrico aplicado no peito. Poucas tentativas de ressuscitação são bem-sucedidas após 10 minutos e, a partir de três minutos, o cérebro já começa a sofrer danos. Por isso, o socorro e atendimento devem ser rápidos.
Somente indivíduos idosos têm arritmias cardíacas e podem sofrer morte súbita?
Não, as arritmias cardíacas podem acometer pessoas de qualquer faixa etária, até mesmo recém-nascidos. Segundo dados, a maioria das vítimas de morte súbita se encontra em sua idade mais produtiva.
As arritmias cardíacas são malignas?
As arritmias podem ser benignas, mas também podem apresentar alta malignidade. Algumas podem causar falta de ar, dor no peito, desmaios e até morte súbita. Normalmente, as arritmias cardíacas que ocorrem em quem já apresenta problemas cardíacos, como infarto, cirurgias prévias, insuficiência cardíaca, são de maior risco aos pacientes.
Arritmias cardíacas certamente provocam a morte súbita?
Mais de 95% das mortes súbitas ocorrem fora do ambiente hospitalar. Por isso, a rápida desfibrilação e o suporte básico de vida podem aumentar a taxa de sobrevida em longo prazo. Em caso nos quais o acesso aos desfibriladores ocorre no período entre cinco a sete minutos após a parada cardíaca, a sobrevida é maior que 49%.
Como prevenir as arritmias cardíacas e a morte súbita?
Para prevenir as arritmias cardíacas, assim como demais doenças, é preciso ter hábitos saudáveis; manter uma alimentação balanceada; não ingerir ou não se exceder no consumo de bebidas alcoólicas; não fumar; praticar atividades físicas com orientação de um especialista; dar atenção à saúde emocional (ex: estresse); consultar-se, pelo menos uma vez por ano, com um cardiologista para a realização de exames preventivos; e prestar atenção aos sinais do coração: pulsações irregulares e batidas intensas.
O que é Fibrilação Atrial?
A fibrilação atrial é um dos tipos de arritmia cardíaca, com prevalência maior entre os idosos, caracterizada pelo ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios (câmaras superiores do coração). A doença já afeta 2,5% da população mundial, o que equivale a cerca de 175 milhões de pessoas. Estima-se que até 10% das pessoas acima de 75 anos possuam a doença. Com o envelhecimento da população, espera-se um crescimento expressivo da fibrilação atrial no Brasil, sendo cada vez mais importante a propagação de informações sobre a doença e sua prevenção.
Como as arritmias cardíacas são tratadas?
Quem determinará qual o melhor tratamento para o paciente é o médico especialista em arritmias: o arritmologista. Os tipos de tratamentos são: medicamentoso, ablação por cateter ou por implante de dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis (DCEI), como Marca-passo (MP), Cadioversor Desfibrilador Implantável (CDI) ou Ressincronizador.
O que é um marca-passo?
Marca-passo é um dispositivo implantável que ajuda a regular o batimento cardíaco lento (bradicardia). Um pequeno dispositivo de bateria é colocado sob a pele perto da clavícula, através de uma cirurgia. Um fio isolado passa a partir do dispositivo para o lado direito do coração, onde estará permanentemente fixo. Quando o marca-passo detectar uma frequência cardíaca muito lenta ou irregular, emitirá impulsos elétricos que estimularão o coração a acelerar, a começar a bater novamente ou a bater a um ritmo regular. A maioria dos marca-passos tem um sensor que os desliga quando o coração está acima de um determinado nível. Acontece novamente quando o coração é demasiado lento. Geralmente, a alta médica se dá de 1 ou 2 dias após o implante.
O que é ablação?
Ablação é uma técnica avançada, mas popularmente pouco conhecida, que é realizada por cateter com energia de radiofrequência e trata diversas arritmias, inclusive a fibrilação atrial, sendo também o procedimento mais eficiente para o tratamento definitivo da doença. A ablação é realizada através de cateterismo, com a cauterização dos focos das arritmias, utilizando cateter com radiofrequência (tipo de bisturi elétrico por meio de cateter), sem a necessidade de abertura do tórax, totalmente indolor e com alta médica rápida. Os procedimentos já são realizados há algumas décadas no Brasil, nos principais centros clínicos, com elevado índice de cura das arritmias.
O que é um CDI?
O Cardioversor-Desfibrilador Implantável (CDI) é um aparelho que tem por finalidade converter todos os episódios de fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (VT) através de um choque de desfibrilação para o coração.
Quem precisa de um CDI?
Pacientes considerados de alto risco para ocorrência de arritmias fatais, indivíduos com comprometimento importante da função do coração, ou pessoas com arritmias hereditárias graves potencialmente letais geralmente precisam implantar um CDI (Cardioversor Desfibrilador Implantável). No entanto, apenas um cardiologista poderá indicar ou não a necessidade do implante do aparelho.
Pessoas que têm implante de CDI podem correr risco se praticarem atividade física?
É possível a realização de práticas esportivas por portadores de CDI, sem que haja maiores prejuízos ou riscos ao paciente. Entretanto, cada caso deve ser avaliado individualmente, e discutido os prós e contras com o paciente.
Quem tem pressão alta pode sofrer uma arritmia cardíaca?
A hipertensão é um grande fator de risco para doenças cardíacas. Por isso, níveis acima de 12 por 8 merecem tratamento adequado e acompanhamento médico.
Pessoas portadoras de arritmias cardíacas podem praticar atividades físicas?
Atualmente são tão modernos os recursos da medicina que, mesmo tendo um problema cardíaco, um paciente poderá se exercitar. No entanto, apenas o médico é capaz de definir o tipo de exercício a ser realizado.
Saiba mais: Sociedade Brasileira de Arritmias Cardiacas